segunda-feira, 24 de maio de 2010

Que lei é essa?

Era só o que me faltava mesmo: uma lei que permita a anarquia abertamente. Anarquia inicialmente liberada para manifestar-se nos lares e depois expandir-se para toda a sociedade. Me refiro à lei que acaba de ser aprovada quanto à punição dos pais que se utilizam das “palmadinhas” para cortar maus hábitos de seus filhos. Fácil estabelecer uma lei deste naipe quando não há preocupação com as escolhas que futuramente ele terá que fazer ou quando tudo se pode oferecer para um filho, quando todos os seus desejos imediatos podem ser realizados.

Parece que a intencionalidade aplicada nesta lei nem tanto se refere a deixar pais loucos com seus filhos autoritários e rebeldes, mas em deixar que esses mesmos filhos, futuramente “quebrem a cara” por não terem a consciência de que as escolhas exigem renúncias e até dores. Não estando preparados para as conseqüências negativas de suas escolhas, estarão facilmente sujeitos ao medo de agir. Se na infância, quando suas escolhas geraram a realização de uma vontade imediata, sucedidas por umas dolorosas palmadinhas, estará acostumado a lidar com os prazeres e as dores de sua escolha. Lá futuramente, quando optar por algo que exija a renuncia de outro algo, não bastarão palavras para consolá-lo das dores da ausência disso que lhe falta. Precisará cair. Quebrar a cara. Estará ele preparado para isso, sendo que sempre suas más escolhas receberam apenas reações verbais que entraram por um ouvido e saíram por outro?

Os psicólogos bem entendem que o aprendizado para certas questões exige certa maturidade. O hábito, porém, pode ser iniciado desde cedo. Habituar-se com a dor proveniente das escolhas é preparar alguém forte para os desafios da vida.

Não que eu seja a favor do espancamento. Sou a favor da “poda”. Os galhos que não estiverem dando bons frutos devem ser podados. Os atos que não servem para edificar uma personalidade saudável, devem ser cortados. Fale para uma árvore deixar de dar maus frutos! Não adianta. Tem que podá-la. Ah mais não podemos comparar crianças com árvores. Arvores não escutam! Sim. E as crianças, elas sempre escutam?

2 comentários:

  1. Concordo plenamente. O problema é que os pais de forma geral aceitam muitas coisas que seus filhos fazem dizendo que hoje em dia é tudo normal.

    Mas não é. Algumas palmadas são necessárias sim, mas devem ser dosadas. Acredito que a conversa e o castigo tirando alguns benefícios sejam suficientes para a criança assimilar.

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  2. Concordo contigo. Os pais, de um modo geral já transferem e se permitem transferir a responsabilidade pela educação dos filhos para outros que não eles mesmos... E mais adiante lanço a seguinte reflexão! Será que bem mais fácil é criar formas de legislar sobre as constituições das famílias do que realmente assumir a responsabilidade, social e por que não dizer consitucional que o aparato "Governo" tem frente a uma nação com problemas bem mais preocupantes. Criamos conselhos tutelares, conselho de idosos e não conseguimos criar uma mentalidade de respeito emtre nosso povo. A questão, eu penso, não é nem a palmada, é o senso de dever e respeito. Por que não criar uma lei que proiba então os maus exemplos que "inculcam" nas crianças idéias e falsas morais erradas livremente difundida na mídia? Deixo aqui meu registro, e abraço. Cátia

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