sábado, 5 de fevereiro de 2011

Agir pela lei ou pelo caráter?

Hamm!!!!! Esta semana rolou um assunto aqui em Joinville que até me deu náusea. Acontece que muitas pessoas esperam utopicamente um mundo melhor. Quando se fala em Brasil, traímos a esperança com a frase... “este país não tem mais jeito!” Tornamos os acontecimentos políticos determinantes para o progresso. Aí é claro, com a situação política de nosso país e com essa mentalidade centralizadamente politizada de uma sociedade melhor, perdemos a esperança e agimos como agiu a mídia aqui em Joinville.
Vamos ao motivo de minha indignação. Um cidadão joinvilense foi advertido por jogar um resto de cigarro na rua. Não é essa chamada de atenção que me deixou revolto, mas a forma como este cidadão e a mídia reagiram diante desta situação. Pra começar a guarda de transito estava apenas cumprindo o seu papel. Depois... não sei como pode alguém ter a cara de pau de jogar lixo em via publica e nem pesar a consciência. Mas a atitude do cidadão foi justificada, e olha como: nada a ver... trouxeram o prefeito e o aumento do IPTU na discussão para camuflar os minúsculos crimes cometidos pela população... as vezes me envergonho de ser um SER HUMANO. “Ahhh... a corrupção está a solta e ninguém fala nada, mas quando ‘a gente’ joga um lixinho no chão todas as leis possíveis caem em cima para punir!” Gente tola. Podemos então roubar, matar, desmatar, poluir... por que nossos líderes também fazem??? E a nossa participação na construção de uma sociedade solidária, honesta, justa??? O Brasil nunca vai mudar se esperarmos pelos lá de cima. Vamos fazer a nossa parte, olhar para nosso próprio umbigo e ver o que está errado a nossa volta. Vamos educar nossos filhos sob esta direção e quem sabe um dia eles sejam a salvação de nossa política futura.
É o problema da necessidade da lei. Por que queremos ser dependentes dela? Muitas pessoas deixam de fazer certas coisas, não por uma conduta moral, mas por que senão seriam punidas. Uso o cinto de segurança por que pode ter BLITZ (não pela possibilidade de um acidente), não agrido alguém por que posso ser condenado (e não por respeito ao próximo), não jogo lixo fora do lixeiro por que podem me multar (e não porque gosto de um ambiente limpo).
Não estou defendendo político nenhum, apenas criticando a falta de colaboração de ambas as partes: do povo e das autoridades. De que adianta investir o dinheiro dos impostos na limpeza da cidade se o cidadão pensar que pode poluir por estar pagando imposto?? Educação... cadê a educação deste povo??

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Presidiário: um cidadão?

Muito ouvimos falar sobre os direitos dos presidiários. Há entidades humanistas que enfatizam o valor da dignidade; há os discursos religiosos que pregam a igualdade sonhada pelos homens; mas como lidar com a situação dos direitos para todos na situação dos encarcerados, que lá estão por terem ferido a dignidade ou a liberdade de alguém?

A discussão que se desenvolve em torno do protesto de presidiários a favor de sua dignidade, vai além da forma de tratamento à qual estão eles submetidos. Tal discussão deve focar a finalidade do sistema prisional que parece ter perdido o controle sobre seus objetivos.

Há quem considere ainda nos tempos modernos (e não é a minoria) a antiga lei “olho por olho, dente por dente!”. Parece estar estagnada a evolução humana no quesito societário para dar margem ao crescente espírito individualista onde o que vale é o EU estar bem. A preocupação individual se disfarça numa medíocre legislação (que deveria favorecer o TODO) do “VIGIAR E PUNIR”, como diz Michel Foucault. Satisfazemo-nos em descobrir infratores e puni-los, sem considerar os condicionamentos sociais e psicológicos que formaram uma personalidade inapta ao convívio comunitário.

Infelizmente, por ocasião desta cultura construída, há grande dificuldade nos programas de inclusão social dos ex-detentos. O sistema prisional limita-se a punir. Eis a grande falha. É claro que nos sentiremos desconfortados com o protesto por dignidade de quem não está preparado para respeitar a dignidade dos demais. No entanto, o problema não está no individuo, mas no processo de correções impostas sobre ele por ocasião de seus crimes.

Nas condições, portanto, em que hoje se apresentam nossas penitenciarias, é difícil proporcionar direitos de protestos aos presidiários. Entretanto, uma legislação que visa o bem estar social, deve olhar com atenção para a formação dos detentos objetivando a construção de uma personalidade sadia e com os mesmos direitos de todos.Muito ouvimos falar sobre os direitos dos presidiários. Há entidades humanistas que enfatizam o valor da dignidade; há os discursos religiosos que pregam a igualdade sonhada pelos homens; mas como lidar com a situação dos direitos para todos na situação dos encarcerados, que lá estão por terem ferido a dignidade ou a liberdade de alguém?

A discussão que se desenvolve em torno do protesto de presidiários a favor de sua dignidade, vai além da forma de tratamento à qual estão eles submetidos. Tal discussão deve focar a finalidade do sistema prisional que parece ter perdido o controle sobre seus objetivos.

Há quem considere ainda nos tempos modernos (e não é a minoria) a antiga lei “olho por olho, dente por dente!”. Parece estar estagnada a evolução humana no quesito societário para dar margem ao crescente espírito individualista onde o que vale é o EU estar bem. A preocupação individual se disfarça numa medíocre legislação (que deveria favorecer o TODO) do “VIGIAR E PUNIR”, como diz Michel Foucault. Satisfazemo-nos em descobrir infratores e puni-los, sem considerar os condicionamentos sociais e psicológicos que formaram uma personalidade inapta ao convívio comunitário.

Infelizmente, por ocasião desta cultura construída, há grande dificuldade nos programas de inclusão social dos ex-detentos. O sistema prisional limita-se a punir. Eis a grande falha. É claro que nos sentiremos desconfortados com o protesto por dignidade de quem não está preparado para respeitar a dignidade dos demais. No entanto, o problema não está no individuo, mas no processo de correções impostas sobre ele por ocasião de seus crimes.

Nas condições, portanto, em que hoje se apresentam nossas penitenciarias, é difícil proporcionar direitos de protestos aos presidiários. Entretanto, uma legislação que visa o bem estar social, deve olhar com atenção para a formação dos detentos objetivando a construção de uma personalidade sadia e com os mesmos direitos de todos.